segunda-feira, 20 de outubro de 2008

BALBURDIA

Noites vazias
Beleza opaca
Natureza inerte
Limitação constante
O agora o antes
Um devir insessante

Lembranças esquecidas
Correria cansada
Desilusão da fé
Crença racionalizada
Crepúsculo do inicio ao termino
Nada no intermédio

Ação programada
Impulso reprimido
Sonhos medidos
Vidas predeterminadas
Numa efêmera longa estrada
Que pelo tempo vaga

Vazia, opaca
Constante e inerte
Num incesante esquecimento
De uma racionalidade cançada
Se é vida ou nada
Talvez só uma estrada.


sábado, 18 de outubro de 2008

Nostalgia

A música que o vento traz
Traz lembranças de tempos remotos
Remotas sensações se recriam em minha imaginação
Imaginação que de fictícia nada possui
Possui apenas a amarga certeza do desmoronamento das ilusões
Ilusões que me custaram muito construir
Construir foi trabalho inútil, pois o seu destino foi o fim
FIM

Paixão

Paixão
Sentimento maldito
Desejo profano
Obscuro querer
Veneno que alucina
A nos entorpecer
Que conduz ao abismo
e nos deixa ao léu
Que maltrata e mata
Prometendo o céu
Paixão
Que se acaba
Como o fogo na brasa
rapidamente passa
mas muito maltrata
em quem a tocar

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

indagações ao poeta

Poeta!
Quem sóis vós?
Um louco apaixonado;
Um sábio filosofo;
Um coração despedaçado.
Poeta!
De onde tiras teu saber?
De experiências vividas;
De amores frustados;
De historias bem sucedidas.
Teus versos são o que sentes ou o que queres sentir?
Tua poesia que proporciona delírio a quem as lê
Também te trás fascínio ou apenas alivia-lhe a alma?
Tuas palavras são verdades ou ilusões que queres propagar?
Poeta que tanto fala de amor...
Será que o sente na mesma intensidade?
Será que o conhece na mesma proporção?
Será que o vivência no intimo do teu ser ?
Oh, poeta...
Conheces o amor ou apenas o imagina?
Tua poesia e tua vida ou tua morte?
É tua libertação ou teu presídio?
É o que genuinamente te dar prazer ou o que lhe alivia o coração?
Poeta, poetisa...
Vós que levam alegria aos corações apaixonados,
Que alimentam a alma dos sonhadores
Que aliviam as dores dos que sofrem no silencio da desilusão.
Estão livres das dores humanas ou teus versos são resultado se tuas angustias?

sábado, 4 de outubro de 2008

Rappy do assalto

Eu estava com uma amiga
Sentada na calçada
Nos estávamos na porta
Na porta de casa
De repente chega os cara
Com cara de bonzinho
Eles chegam de mansinho
Querendo se informar
Mas não perguntam exclamam
Passa pra cá
Me passa o relógio
Me passa o celular
Passa tudo de preça
Se não vou te matar
Se estavam armados não sei te informar
Na verdade não quis arriscar
Pois estava apavorada
Não sabia o que fazer
Se gritava ,Se corria
Nem sabia o que dizer
Me socorra meu amigo
Não me deixe na mão
Que estou encurralada
cercada de ladrão
Me levaram o telefone
Me deixaram sem ação
E eu só lembrava da tia
Que dizia: nunca reaja não.
Minha amiga reagiu
Coitada da garota
Quis dá uma de esperta
Deu uma de trouxa
Além de roubada
Foi esmurrada
Eles foram e nos ficamos
Numa tremenda depressão
Não pelo celular,
Mas pelos contatos registrados lá.
Foi o numero do primo, do tio, do namorado
Do compadre, do vizinho e do amigo do lado.
Pobre de nós, quanta ingenuidade
Ainda pedimos o chip
Vê se eles iam dar que bobagem
Me socorra meu amigo
Não me deixe na mão
Que estou encurralada
cercada de ladrão
Que mundo e esse...
Quanta insegurança
Hoje o crime virou brincadeira de criança.
Pobre de nós que já não podemos estar.
Na porta de casa a conversa.
Me socorra meu amigo
Não me deixe na mão
Que estou encurralada
cercada de ladrão

Martir

Por quanto tempo ainda continuarei neste martírio?
Por quanto tempo mais suportarei esta dor que atravessa meu peito como uma fecha?
Será que essa tortura prolongara-se até o fim do meus dias?
Meu corpo já esta abatido ;
Meus pensamentos já não sabem o que é sonhar;
Meu coração esta ficando endurecido;
Dos meus olhos já não caem lágrimas.
Sou uma folha seca arrastada pelo vento;
Sou um corpo velho e cansado sem espírito;
Sou um nada na vastidão do infinito.
Apego me a última raiz de esperança que parece existir dentro de mim, mas sinto a escorrer por entre as mãos.
Procuro no mais distante e profundo do meu ser fazer uma prece a Deus,
No entanto já não sei como fazê-la.
A vida foi para mim o mais pesado dos fardos,
O mais doloroso dos castigo,
O pior entre todos os castigos.
Estou cansado, abandonado;
Sem ninguém que vele por meu corpo vivo,
Condenado a ter um espírito morto.
Sou mártir por defender um amor que foi covarde,
Por amar a quem não me ama
Ao invés de amar-me.
Renata Lopes de Oliveira